1 Livro por Mês - O Fim da Infância

Fevereiro foi um mês especial pois resolvi seguir para um clássico da ficção cientifica. Em 1953 foi publicado pelo inventor, roteirista, engenheiro, romancista e escritor de ficção científica Sir Arthur Charles Clarke esta grande obra que consegue imaginar com precisão tecnologias atuais e falar da natureza humana de forma assustadora.

Livro de Fevereiro/2018: O Fim da Infância por Arthur C. Clarke lançado no Brasil pela editora Aleph em 2010

Sinopse: A história tem início no período da Guerra Fria, quando russos e americanos se preparavam para a corrida espacial, e são surpreendidos por grandes naves que tomam o céu das principais capitais do mundo. Chamados de Senhores Supremos, eles se tornam governantes e suscitam a curiosidade e o temor dos humanos sobre a sua verdadeira identidade. O mistério permanece e conduz toda a trama: Quais são os verdadeiros objetivos dos Senhores Supremos? Até quando suas ações irão coincidir com o bem-estar da terra? Clarke explora esse mistério até a última parte do livro, onde faz uma revelação aterradora.

O que aconteceria com a humanidade caso os conflitos gerados por diferenças fossem eliminados? O que aconteceria se todos os esforços da humanidade fossem na direção do progresso? Fim das guerras, das injustiças sociais e da crueldade. E, finalmente, para onde seguiria a humanidade com tudo isso? Clarke traz a sua versão de como seria o processo de criação deste mundo, a era de ouro e o além sem se distanciar tecnologicamente e sem deixar a natureza humana de lado.

Sim, Tecnologicamente! É brilhante como um livro de 65 anos consegue ser apurado cientificamente. Não é a toa que a orbita geoestacionária é batizada de Cinturão de Clarke. Os conhecimentos de física e astronomia de Clarke trazem detalhes únicos a sua obra como citar relatividade, com direito a salto temporal. Para um amante de tecnologia este livro é um prato cheio.

A natureza humana também é muitas vezes colocada nua e crua. Desde a curiosidade quase infantil de tentar entender a qualquer custo os Senhores Supremos à sentimentos menos nobres como medo, inveja e infidelidade em tempo de felicidade plena na civilização. Clarke não poupa credos ao colocar a humanidade na era da razão mesmo inserindo uma pitada de ocultismo na obra. Alias, o fato de que, eliminando todas nossas burocracias governamentais do dia a dia e a necessidade de mão de obra em fabricas, a humanidade tende a terminar apenas com cientistas, artistas e atletas é algo que realmente explodiu minha mente.

Apesar de tudo, a figura de Karellen e dos outros Senhores Supremos, presentes do inicio ao fim da obra, conseguem passar também sentimentos humanos como diversão e melancolia, humanizando estes seres fantásticos dotados de conhecimento e recursos praticamente infinitos. Até mesmo uma passagem por um mundo colonizado por eles é inclusa no livro, o que torna eles ainda mais fascinantes.

Difícil falar deste livro sem spoilers. Ao contrário do livro de Janeiro, recomendo para qualquer um a leitura. Simplesmente vale a pena absorver cada página desta fantástica ficção, e de outras criadas pelo Clarke diga-se de passagem.

Nota? Umas 4,5 cachalotes lutando contra polvos gigantes.


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