Livros. Objetos criados pelo homem para armazenar conhecimento, seja técnico/prático, seja de experiencias das personagens. Mas somente ter um livro não adianta muito pois, mesmo que o conteúdo esteja ali, ele é um conhecimento morto, mesmo representando poder de acordo com o ditado (e isso explica o porque de bibliotecários não serem as pessoas mais poderosas do mundo). Frente a esta realidade e percebendo que meu costume de leitura havia definhado aos poucos, resolvi me desafiar a ler pelo menos um livro por mês para começar. Segundo uma pesquisa realizada pela pelo Instituto Pró-Livro, o brasileiro lê menos de 2 livros por ano em média, o que me colocaria puxando a média para cima. Porém, comparado com franceses que leem 20 por ano, ainda tenho que caminhar bastante. Para estimular ainda mais esta pratica, vou colocar aqui uma review de cada livro lido. E não se preocupem, nada de spoilers.
Livro de Janeiro/2018: Sombras da Horda - World of Warcraft por Michael A. Stackpole, lançado no Brasil pela editora Galera Record em 2013.
"Pô Scrag, tu começou com um livro de um joguinho?"
Sim, e por 2 motivos. Primeiro que World of Warcraft (WoW para os íntimos) é um jogo que faz parte dos meus hobbies a anos (desde 2010 pra ser mais preciso), possuindo um universo fantástico e que você deveria dar uma chance. Segundo, por ser uma leitura fácil, seria tranquilo voltar a ler sem me perder.
Sinopse: Em Sombras da Horda acompanhamos Vol’jin no continente de Pandária, onde as lealdades ao chefe guerreiro Garrosh são colocadas à última prova quando um membro de sua própria facção trama assassiná-lo. Ajudado pelo mestre cervejeiro Chen Malte do Trovão, Vol'jin se refugia em um monastério remoto para se recuperar de ferimentos. Mas seu tempo lá está longe de ser pacífico. Visões intensas do passado dominam sua mente. E a antiga tribo Zandalari prepara uma série de ataques em Pandária. Vol'jin logo precisa decidir a quem é leal – uma escolha que pode salvar ou ruir seu povo... e alterar para sempre o destino da Horda.
Terreno preparado, vamos lá.
Para um jogador de WoW, é fácil imaginar cada um dos personagens ou lugares por terem sido recorrentes durante quase 2 anos no jogo (em um jogo quase de 12 anos!). Isso é tanto uma qualidade quanto um limitador para o livro que se foca no publico leitor e jogador do jogo. Ainda assim o livro se preocupa muito em mostrar como nada em um mundo de guerra é limpo, sendo muito realista em seus relatos de um mundo de guerras. Alem da traição inicial, o livro lida com uma guerra desequilibrada, onde uma força de invasão tenta dominar um povo que se mantem pacifico a mais de 10 mil anos. Morte ronda personagens alegres como Chen enquanto Vol'jin luta contra uma recuperação física desgastantes e questões filosóficas complicadas de até onde ele é Vol'jin (a pessoa), um troll (seu povo e suas tradições), e um chefe da Horda (com suas responsabilidades). Questionamentos que são elevados quando se vê em uma situação onde um inimigo jurado está sob o mesmo teto e os dois são obrigados a se ajudar.
Sombras da Horda, dentro de suas limitações, fala bastante sobre como uma guerra não se trata de números, preparação ou honra. Defender lar e família (como disse Chen em uma das melhores cinemáticas do jogo) fez com que 33 guerreiros conseguissem algo impressionante contra centenas sem parecer algo exagerado.
Se é um bom livro? Sem duvida. Divertido, gostoso de ler, com um ritmo bom. Se você conhece o universo de World of Warcraft já deveria ter lido. Se não conhece, recomendo dar uma chance e conhecer este maravilhoso universo antes da leitura.
Minha nota é 3,5/5 Chefes Guerreiros.
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